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Curadoria
Pascale Cassagnau
24 Agosto
às

22h00

Local
Let’s Dance !

Assim que as técnicas de gravação de imagens foram inventadas, a começar pelo cinema e mais tarde o vídeo, artistas, dançarinos e coreógrafos apossaram-se dos territórios das imagens em movimento para contextualizar suas atuações (performances), explorar hipóteses de pesquisa, e aventurar-se por novos campos de experimentação visual e sonora. Por outro lado, desempenharam um papel fundamental no enriquecimento desses domínios, ao contextualizar essas imagens dentro de uma estrutura expandida, essencialmente inventando uma “arte da percepção”.

A performance não é um género artístico, mas um catalisador que atravessa todos os domínios da criação contemporânea, no sentido lato. Nesta perspetiva, a performance constitui rapidamente um espaço de experimentação, de encenação crítica de um trabalho a partir de um outro uso do tempo, mais do que uma tentativa de atingir uma totalidade, uma síntese dos elementos artísticos postos em jogo. Se, como assinala Cláudia Triozzi, a performance consiste, para um artista, em ficar de fora da representação e ser deportado para fora de si mesmo, a performance também põe em movimento um outro uso do tempo, que tira a subjetividade aos gestos, aos atos, às situações. Assim é o cinema performativo que está a ser verdadeiramente inventado hoje por um certo número de artistas: um cinema que “performa” literal e simultaneamente o conteúdo e a sua forma, configurando loops temporais inéditos. Além disso, estas construções temporais são elaboradas a partir de partituras, de sons no sentido musical do termo, mas também de partituras de gestos e de atitudes para modelizar experiências e formas a interpretar, levando assim as obras aos confins situados entre a música, o cinema, a dança. Os filmes aqui apresentados, escolhidos na coleção das obras do Centre National des Arts Plastiques (CNAP), inscrevem-se nesta perspectiva.

Herdeira da coleção nacional criada pela Revolução Francesa, a coleção do CNAP contém mais de cem mil obras, parte das quais está depositada nos museus franceses. Esta coleção foi alargada às novas tendências da arte contemporânea. A proposta de Let’s Dance!, concebida por Pascale Cassagnau para o Festival Fuso, a partir das obras em vídeo da coleção do Centre National des Arts Plastiques, no cruzamento da dança, da performance e da música, demonstra que as obras são capazes de modelizar uma arte do espectador.

Esta apresentação conta com o apoio do Institut Français du Portugal, no âmbito do programa MaisFrança.

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