Lynn Hershman Leeson criou um corpo singular de obras multimédia nas quais emprega táticas intervencionistas para criticar e investigar estruturas e interfaces institucionais. A sua obra revela-se particularmente visionária no contexto das tecnologias da informação e comunicação avançadas (TIC), tais como ecrãs tácteis, reconhecimento de voz artificial, vigilância, interactividade digital, inteligência artificial e biotecnologia. Desde a década de 1960, a artista tem vindo a reflectir e a trabalhar de forma consistente sobre o impacto abrangente dessas tecnologias no indivíduo, e sobre a forma como moldam a cultura.
Nas suas performances provocadoras e com forte teor político, a artista criou múltiplas personagens fictícias que funcionam como alter egos, permitindo-lhe explorar questões como identidade pessoal, género e relacionamentos. Hershman Leeson trabalha com diversos formatos em filme e vídeo, a fim de aprofundar temas como o domínio masculino no cânone histórico da arte, a ficção narrativa, o material de arquivo e as convenções do género documental.
Ao longo da sua trajectória a artista debruçou-se sobre o futuro da tecnologia, com um carácter de urgência que ressoa de forma poderosa nos dias de hoje.
Lori Zippay
Lynn Hershman Leeson has created a singular body of multimedia work in which she employs interventionist tactics to critique and investigate institutional structures and interfaces. Her work is especially prescient within the framework of advanced communications and technologies, such as touch screens, artificial voice recognition, surveillance, digital interactivity, AI, and biotechnology. From the 1960s onward, her work has consistently engaged with and predicted the all-encompassing impact of technologies on the individual, and how they shape culture.
In her provocative and politically charged performances, she has generated multiple fictive personae that function as alter egos to experiment with personal identity, gender, and relationships. Hershman Leeson’s film and video work across various forms further interrogates themes such as the male dominated art historical canon, narrative fictions, archival material, and documentary conventions.
Throughout her oeuvre she has addressed the future of technology with an urgency which resonates powerfully today.
Lori Zippay