Uma mulher está no cimo de uma colina no deserto da Namíbia, em Angola, olhando para o extenso horizonte de um vasto deserto, na esperança de cruzar essas fronteiras que simbolizam a reapropriação dessa terra e a restituição de uma identidade perdida. A paisagem enquanto patologia é explorada através destas imagens - a forma como a violência do passado se manifesta na paisagem do presente, tanto intrínseca como simbolicamente. Vivemos no tempo presente, tempo este que transporta as marcas da sua história. Por muito que queiramos ocupar os lugares, estes têm a capacidade de nos pre-ocupar. O horizonte vermelho, e o desígnio da libertação, surgem como miragens nesta caminhada performativa. Em nome da revolução, esta mulher caminha sozinha, confrontando-se a si mesma, para descobrir que o ideal revolucionário é, acima de tudo, uma jornada pessoal de transformação.