Le Boudin (nome dado à marcha da Legião Estrangeira Francesa) documenta a história de vida de Nuno Fialho, que aos 16 anos deixou Portugal para integrar a Legião Estrangeira Francesa, num pelotão constituído por fugidos à justiça, com missões obscuras e ligadas a barões da droga e homens corruptos: limpezas étnicas e deposições de presidentes em África, guerrilhas urbanas e tarefas mercenárias várias. A realizadora conduz uma entrevista a Nuno Fialho em 2011, para depois a reproduzir através da interpretação de Elias Geißler, ator alemão de 16 anos, que desta forma dá voz e corpo à narrativa de Nuno Fialho.
A tonalidade documental é enriquecida e desestabilizada pela especificidade fisionómica do rapaz, pelo cenário, pelas emoções mitigadas e pela forma como a “dúvida” sobre a veracidade dos relatos se insinua no aparente realismo do testemunho e da obra.